Quatro dias sem telefone e internet depois, cá estou eu.
Coluna decente, amigos, só em maio: reta final do TJ-RJ, que será no próximo domingo. Já que o meu Fluminense perdeu pro Botafogo hoje, pelo menos não vou ter que me desconcentrar das provas por estar ali na Uerj, do lado do Maracanã, imaginando o que está acontecendo dentro do estádio, na final do carioca.
E vamos que vamos - eu no TJ, o tricolor na Libertadores - que a vitória é certa!
domingo, 20 de abril de 2008
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Não me venham com essa
Dia desses, num dos muitos sites em que gente inteligente publica colunas, deparei com um artigo sobre concursos. Grosso modo, o autor dizia que crianças não sonham em ser analistas da CGU ou algo que o valha, e que essa corrida para o serviço público é coisa de quem não anda muito a fim de enfrentar os sortilégios e as maquinações do mercado. Fazia, evidentemente, uma concessão às ditas "carreiras de Estado", como é o caso dos juízes e diplomatas. O resto é resto.
Um minuto. Vamos com calma. Muita calma.
Crianças sonham com as mais variadas carreiras, e são poucas as que chegam à vida adulta persistindo no seu sonho. Se me perguntarem de quantas lembro, só me ocorrerá uma única pessoa, hoje dentista e muito realizada. Não creio que com vocês seja muito diferente. Como dizia o título de uma música de Chico – belíssima, por sinal – sonhos sonhos são. Se assim caminhasse a humanidade, teríamos um mundo povoado unicamente por médicos, investigadores do FBI, professores, advogados e artistas dos mais diversos ramos, posto que são essas as míticas profissões que povoam o imaginário coletivo da petizada. Quem cumpriria as funções menos interessantes, só Deus Pai poderia responder. Minha mãe sempre fala, rindo muito, de um primo nosso que dizia querer ser palhaço ou lixeiro quando crescesse. Hoje, homem feito e pai de família, é analista de sistemas, servidor de um tribunal de contas estadual, recém-formado em Direito e bem feliz com suas escolhas. Com todo o respeito que tenho aos garis e aos palhaços, duvido muito que meu primo se arrependa de não ter persistido nos seus remotos sonhos de infância.
Acontece que a gente cresce, e cresce rapidamente. Nessa mesma velocidade, aprendemos que a vida é feita de escolhas e renúncias, muitas vezes dolorosas, mas necessárias. Além disso, temos bastante espaço para a decepção, o luto e o recomeço. Até os 7 anos, influenciada pelo meu avô microbiologista, desejava ser médica; comecei a me desinteressar pela profissão de modo inconsciente quando um câncer o levou de mim em 6 meses, a despeito de toda a evolução da medicina. Adolescente, quis ser produtora cultural porque era encantada por música, cinema e literatura, e precisei me formar e cair no métier pra descobrir que era um peixe fora d'água no meio de tanta loucura. O serviço público nunca significou pra mim um "prêmio de consolação", mas sim a escolha acertada que sempre esteve ali, por vezes latente, por vezes patente. Dentre tantos palcos para a encenação da vida profissional, não consigo enxergar algum mais adequado.
Toda essa discussão levantada gira em torno do "ideal de vida", que estaria supostamente atrelado a algumas carreiras; prestar concursos de forma difusa, como analista ou técnico de mil tribunais ou ministérios diferentes, seria "jogar no atacado". Ora, convenhamos: isso não faz lá muito sentido. Uma breve pesquisa seria suficiente para mostrar que grande parte dos agentes políticos que servem a carreiras de Estado passou por outros cargos de menor complexidade no serviço público, e que esses lhes deram a vivência e o respaldo necessários para que pudessem perseverar na batalha por seu objetivo maior. Nos dias de hoje, é inimaginável haver um indivíduo que persista na luta por um cargo público sem desenvolver o mínimo de interesse, ou até mesmo paixão, pela "coisa pública".
Vida profissional exclusivamente construída sobre facilidades não existe para quase ninguém. Setores privado e público têm suas próprias idiossincrasias, e cabe a cada um de nós decidirmos o que se enquadra melhor ao nosso perfil pessoal. Para mim, assim como, creio eu, para vocês também, o serviço público sério e bem prestado à população ainda é um ideal suficientemente grandioso a ser perseguido.
Um minuto. Vamos com calma. Muita calma.
Crianças sonham com as mais variadas carreiras, e são poucas as que chegam à vida adulta persistindo no seu sonho. Se me perguntarem de quantas lembro, só me ocorrerá uma única pessoa, hoje dentista e muito realizada. Não creio que com vocês seja muito diferente. Como dizia o título de uma música de Chico – belíssima, por sinal – sonhos sonhos são. Se assim caminhasse a humanidade, teríamos um mundo povoado unicamente por médicos, investigadores do FBI, professores, advogados e artistas dos mais diversos ramos, posto que são essas as míticas profissões que povoam o imaginário coletivo da petizada. Quem cumpriria as funções menos interessantes, só Deus Pai poderia responder. Minha mãe sempre fala, rindo muito, de um primo nosso que dizia querer ser palhaço ou lixeiro quando crescesse. Hoje, homem feito e pai de família, é analista de sistemas, servidor de um tribunal de contas estadual, recém-formado em Direito e bem feliz com suas escolhas. Com todo o respeito que tenho aos garis e aos palhaços, duvido muito que meu primo se arrependa de não ter persistido nos seus remotos sonhos de infância.
Acontece que a gente cresce, e cresce rapidamente. Nessa mesma velocidade, aprendemos que a vida é feita de escolhas e renúncias, muitas vezes dolorosas, mas necessárias. Além disso, temos bastante espaço para a decepção, o luto e o recomeço. Até os 7 anos, influenciada pelo meu avô microbiologista, desejava ser médica; comecei a me desinteressar pela profissão de modo inconsciente quando um câncer o levou de mim em 6 meses, a despeito de toda a evolução da medicina. Adolescente, quis ser produtora cultural porque era encantada por música, cinema e literatura, e precisei me formar e cair no métier pra descobrir que era um peixe fora d'água no meio de tanta loucura. O serviço público nunca significou pra mim um "prêmio de consolação", mas sim a escolha acertada que sempre esteve ali, por vezes latente, por vezes patente. Dentre tantos palcos para a encenação da vida profissional, não consigo enxergar algum mais adequado.
Toda essa discussão levantada gira em torno do "ideal de vida", que estaria supostamente atrelado a algumas carreiras; prestar concursos de forma difusa, como analista ou técnico de mil tribunais ou ministérios diferentes, seria "jogar no atacado". Ora, convenhamos: isso não faz lá muito sentido. Uma breve pesquisa seria suficiente para mostrar que grande parte dos agentes políticos que servem a carreiras de Estado passou por outros cargos de menor complexidade no serviço público, e que esses lhes deram a vivência e o respaldo necessários para que pudessem perseverar na batalha por seu objetivo maior. Nos dias de hoje, é inimaginável haver um indivíduo que persista na luta por um cargo público sem desenvolver o mínimo de interesse, ou até mesmo paixão, pela "coisa pública".
Vida profissional exclusivamente construída sobre facilidades não existe para quase ninguém. Setores privado e público têm suas próprias idiossincrasias, e cabe a cada um de nós decidirmos o que se enquadra melhor ao nosso perfil pessoal. Para mim, assim como, creio eu, para vocês também, o serviço público sério e bem prestado à população ainda é um ideal suficientemente grandioso a ser perseguido.
domingo, 13 de abril de 2008
Intermezzo
Aviso aos meus bons amigos que ando postando menos por motivo nobre: mudei-me semana passada e no meu novo e remotíssimo endereço banda larga simplesmente não chega. A grande vantagem, diz o meu lado Pollyanna, é que a paz e a falta de internet fácil farão os estudos renderem mais. A conferir.
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